As fraudes no setor imobiliário são um problema crescente em várias partes da indústria. À medida que os corretores, agentes e outros profissionais do setor imobiliário procuram minimizar essa fraude, há determinadas tecnologias que estão a emergir que comprovam ser muito eficazes. A blockchain é uma dessas tecnologias e está destinada a mudar a forma com as transações do setor imobiliária são conduzidas. Resumida e idealmente, a blockchain pode simplificar a caução e documentar a gestão enquanto torna virtualmente impossível cometer fraude.
Quando ocorre uma transação através da tecnologia blockchain, esta não pode ser alterada ou apagada até que todos os participantes na rede concordem com a sua validade. Se alguém tentar criar uma nova transação, o sistema adicioná-la-á à cadeira para que ainda se encontre vinculada às versões anteriores. De cada vez que há uma transação esta cria um novo boco, completado com um carimbo temporal, dentro da cadeia.
Também há informação associada tal como quem a acedeu, o seu ponto de origem e onde esteve. Esta camada extra de segurança elimina a necessidade de contestar ou comprovar a qualidade e autenticidade dos conteúdos da transação, algo que pode comprovar ser muito útil quando se trabalha com documentos significativos, como os utilizados durante as transações imobiliárias.
Tudo isto cria um sistema que verifica e equilibra para que determinados aspetos fiquem no devido lugar para os indivíduos envolvidos na transação acederem os documentos. Quando estes recursos se encontram isolados, tais como permissões ou imutabilidade, eles estão protegidos, mas ao acrescentá-los uns aos outros de forma que um apoie o outro e tem um sistema praticamente impenetrável que é praticamente impossível de piratear ou de falsificar. É importante compreender, contudo, que cada um destes recursos deve funcionar em conjunto uns com os outros caso pretenda ser bem-sucedido e combater a fraude.
É importante observar que para passar a titularidade de forma eficaz de uma parte para a outra, uma transação imobiliária deve ser criptograficamente assinada. Numa correspondência por e-mail recente com Ruben Merre, CEO da NGRAVE, ele mencionou “Na blockchain, isto acontece com as “chaves privadas”, que são chaves de acesso criptográficas nas quais assentam a segurança da blockchain. A imutabilidade da blockchain e de outros recursos depende destas chaves privadas, que são inerentemente invioláveis com os computadores dos dias de hoje (inclusive com o quantum). No entanto, o problema dos dias de hoje com as carteiras blockchain é exatamente esse: as chaves privadas são mal administradas. Por exemplo, se um utilizador mantiver a sua chave privada algures numa pasta no seu computador conectado online, os piratas cibernéticos podem tentar encontrá-lo e, se o fizerem, estes podem assumir a propriedade da chave e, portanto, do bem imobiliário.”
Merre acha que as “carteiras físicas offline” serão crucias no futuro, na proteção de todos os seus ativos digitais sendo por isso que a NGRAVE cria chaves privadas offline sem expô-las quando assina transações.
Segundo Adrian Tucci, o CEO da MrPaint, “A transparência oferecida pela blockchain excede a de muitas empresas hoje em dia, oferecendo um maior nível de proteção contra a fraude financeira. Esta exige que todos os pontos duma transação permaneçam totalmente visíveis para todas as partes, quer seja a moeda, documentos como leases ou acordos de arrendamento, ou depósitos”. É por isso que os profissionais do setor imobiliário podem utilizar esta tecnologia para reforçarem e otimizarem todos os aspetos do processo de arrendamento, desde aceitar depósitos até enviar pedidos, além de processarem e recolherem o pagamento das rendas.
No entanto, também podem utilizá-la para assinarem contratos de arrendamento, atualizarem ou alterarem esses contratos, ou processarem contratos adicionais tais como políticas sobre animais de estimação. Embora ainda estejamos a dar os primeiros passos na aceitação e conhecimento público alastrados, esta solução de alta tecnologia para evitar fraude no setor imobiliário está rapidamente a ganhar terreno e a posicionar-se para se tornar uma norma na indústria.